Muitas pessoas dizem
que não têm tempo ou não tem como iniciar um processo terapêutico,
mas muitas também não percebem as oportunidades cotidianas para se
cuidarem. Falta de ânimo? Coragem? Atenção? O fato é que vai se
deixando para depois, depois e depois.
Algumas atividades
simples do dia-a-dia possuem grande potencial terapêutico, nos
ajudando a nos sentirmos e nos tornarmos melhores, como o trabalho
manual. Criar algo com as nossas próprias mãos é a possibilidade
de concretizar, de expressar, dar vazão à nossa criatividade.
Cozinhar, bordar,
escrever, esculpir e pintar ficaram sem espaço em nossas vidas no
meio da correria da atualidade. Muitas de nós nem sabemos fazer
todas essas coisas. Com a praticidade dos dias atuais fomos perdendo
contato com nossa habilidade ancestral de dedicarmos tempo e espaço
para o processo de criação. Reservar um momento para meditar,
transformar os elementos.
Quando bordamos,
entramos num processo de ligar os pontos, de ir e vir, de fazer
tramas. Isso facilita muitos insights, além da satisfação de ver
nossas mãos dando vida a algo. Este exercício é uma tarefa
calmante em que podemos nos conhecer melhor e estarmos consigo
mesmas, viajando pelo nossos pensamentos.
Cozinhando
experimentamos o prazer dos sentidos, precisamos escolher,
experimentar, aguardar. Vamos ponderando e exercitando a sabedoria da
doação. Tem coisa mais gostosa do que ver pessoas queridas se
deliciando com o que fizemos?
Assim também pode ser
a pintura: um exercício de transformação, a união das tintas, que
quanto mais líquidas, mais nos ajudam a lidar com a necessidade de
controle dentro de nós. Se tivermos dificuldade em lidar com a
imprevisibilidade, se nos virmos escravos do controle, talvez aí
esteja uma atividade importante para exercitarmos a possibilidade de
lidar com o imprevisível, com o novo que nasce na junção das
cores, das texturas.
Escrevendo vemos os
caminhos se formarem, as palavras vão se ligando, liberando sentidos
que poderiam estar escondidos para nós. A escrita pode ter o dom de
libertar aquele nó no peito. Ela libera, desata, coloca pra fora.
Não importa o
resultado, mas sim o prazer do processo.
Pode ser que da
primeira vez o bordado saia meio torto, a comida meio salgada, o
texto um tanto perdido… Mas, vale mais o momento de entrega. Com o
tempo e a dedicação, vamos nos aperfeiçoando até conseguir
resultados melhores. Não é assim também na vida? Escolha uma
atividade que goste e vá. Se você não experimenta com medo de
errar, talvez esteja na hora de se desapegar e se entregar. Comece
por alguma atividade mais fácil como fazer um bolo, aprender crochê
etc. As transformações começam com a mudança de atitudes. Mãos à
obra!
Fonte: terapia
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